ALEPH
PENSANDO NOVOS FUTUROS
2024


Lendo junto

Nesse clássico da ficção científica de 1967 escrito por Samuel R. Delany, a história se passa no ano de 3172, e a humanidade está espalhada pelo universo, tendo conquistado inúmeros planetas.

É justamente na fantasia que formulamos possibilidades, alimentamos respostas e criamos futuros possíveis para um mundo sem desigualdades, machismo e racismo.

Durante esse processo, o poder se organizou em duas frentes: de um lado, está a Comissão Draco, que permaneceu na Terra; e, do outro, a jovem Federação das Plêiades. Quando ambas demonstram interesse pelas novíssimas Colônias Exteriores, repletas de recursos — especialmente o ilírion, utilizado como fonte essencial para a formação de planetas e viagens espaciais —, Lorq Von Ray, capitão poderoso da Federação das Plêiades, se vê pressionado a agir — especialmente porque alguns de seus antigos inimigos, Prince e Ruby Red, entraram nessa corrida espacial. A solução é montar uma equipe peculiar de ajudantes que, juntos, vão remover uma enorme carga de ilírion do centro de uma nova — e o sucesso (ou fracasso) da missão pode mudar para sempre as regras da expansão da humanidade pelo universo. 

 

A primeira edição do livro foi publicada um ano antes da chegada do homem à Lua, evento que mudaria para sempre a perspectiva da humanidade em relação ao espaço e povoaria ainda mais a imaginação de escritores, cineastas e artistas sobre as possibilidades narrativas acerca do universo. Mesmo depois de tanto tempo de seu lançamento, a obra segue atual. Sua leitura é prazerosa, empolgante e envolvente, inclusive para leitores já acostumados com óperas espaciais.

 

Nova cria imagens que hoje são bastante comuns na ficção científica, como a sociedade corrupta e influenciada pela tecnologia cyberpunk; a combinação entre a esfera mística e a esfera científica, sendo o tarô parte importante da trama; grupos de pessoas de diversas origens trabalhando em conjunto. Além disso, é uma obra que explora os sentidos, em que odores, temperaturas e sons se misturam para compor um cenário complexo, ora apavorante, ora intrigante.

 

Sob muitos sentidos, Nova lembra o clássico modelo narrativo da jornada do herói ou as famosas histórias arturianas sobre a busca do Santo Graal, mas, apesar de uma obra curta, apresenta uma das principais qualidades da boa ficção científica: uma análise profunda da humanidade, das relações de poder e das guerras por recursos que delinearão o futuro das civilizações.

 

Perguntas e temas para debate:

  • O que o título da obra diz sobre ela? Por que Delany escolheu a imagem de uma supernova para simbolizar o conflito central da trama?
  • De que forma Nova se diferencia de outras leituras de ficção científica?
  • Como a contracultura estadunidense influenciou a trama e os temas de Nova?
  • Embora seja uma obra de ficção científica, há muitos elementos narrativos e menções a temas mitológicos e heróicos. Qual o efeito disso no texto?
  • Como Delany explora os sentidos (audição, tato, visão etc.) na trama?
  • O que Delany destaca na narrativa em relação aos temas poder e trabalho? Para o autor, qual o futuro das classes trabalhadoras? E do poder?
  • Nova é considerada uma das obras que alimentou, décadas depois, o imaginário de autores cyberpunk. Quais elementos da história sugerem isso?
  • O que o uso do tarô adiciona à obra? Como esse elemento influencia a narrativa e a percepção dos leitores?
  • Qual o legado dessa leitura? Quais pontos mais chamaram atenção ou foram mais marcantes em relação a ambientação, tecnologia e organização social propostas pela trama?
INDICAÇÕES

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